O Lúpos Erimatoso Sitêmico (LES ou apenas lúpus) é uma doença inflamatória crônica de origem auto imune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (em meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos 2 tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Por ser uma doença do sistema imunológico, que é responsável pela produção de anticorpos e organização dos mecanismos de inflamação em todos os órgãos, quando a pessoa tem LES ela pode ter diferentes tipos sintomas em vários locais do corpo. Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Outros, específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão e/ou problema nos rins.
O lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres são muito mais acometidas. Ocorre principalmente entre 20 e 45 anos, sendo um pouco mais frequente em pessoas mestiças e nos afro-descendentes. No Brasil, não dispomos de números exatos, mas as estimativas indicam que existem cerca de 65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres. Acredita-se assim que uma a cada 1.700 mulheres no Brasil tenha a doença. Desta forma, em uma cidade como o Rio de Janeiro teríamos cerca de 4.000 pessoas com lúpus e em São Paulo aproximadamente 6.000. Por essa razão, para os reumatologistas, o lúpus é uma doença razoavelmente comum no seu dia-a-dia.
Embora a causa do LES não seja conhecida, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais participam de seu desenvolvimento. Portanto, pessoas que nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença, em algum momento, após uma interação com fatores ambientais (irradiação solar, infecções virais ou por outros micro-organismos), passam a apresentar alterações imunológicas. A principal delas é o desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos como na pele, mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins, etc. Dessa forma, entendemos que o tipo de sintoma que a pessoa desenvolve, depende do tipo de autoanticorpo que a pessoa tem e, que como o desenvolvimento de casa anticorpo se relaciona às características genéticas de cada pessoa, cada pessoa com lúpus tende a ter manifestações clínicas (sintomas) específicas e muito pessoais.
Os sintomas do LES são diversos e tipicamente variam em intensidade de acordo com a fase de atividade ou remissão da doença. É muito comum que a pessoa apresente manifestações gerais como cansaço, desânimo, febre baixa (mas raramente, pode ser alta), emagrecimento e perda de apetite. As manifestações podem ocorrer devido a inflamação na pele, articulações (juntas), rins, nervos, cérebro e membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração (pericárdio). Outras manifestações podem ocorrer devido a diminuição das células do sangue (glóbulos vermelhos e brancos), devido a anticorpos contra essas células. Esses sintomas podem surgir isoladamente, ou em conjunto e podem ocorrer ao mesmo tempo ou de forma sequencial. Crianças, adolescentes ou mesmo adultos podem apresentar inchação dos glânglios (ínguas), que geralmente é acompanhada por febre e pode ser confundida com os sintomas de infecções como a rubéola ou monocleose.
As manifestações mais frequentes são:
a) Lesões de pele: ocorrem em cerca de 80% dos casos, ao longo da evolução da doença. As lesões mais características são manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta (a distribuição no rosto lembra uma borboleta) e que não deixam cicatriz. As lesões discoides, que também ocorrem mais frequentemente em áreas expostas à luz, são bem delimitadas e podem deixar cicatrizes com atrofia e alterações na cor da pele. Na pele também pode ocorrer vasculite (inflamação de pequenos vasos), causando manchas vermelhas ou vinhosas, dolorosas em pontas dos dedos das mãos ou dos pés. Outra manifestação muito característica no LES é o que se chama de fotossensibilidade, que nada mais é do que o desenvolvimento de uma sensibilidade desproporcional à luz solar. Neste caso, com apenas um pouco de exposição à claridade ou ao sol, podem surgir tanto manchas nas pele como sintomas gerais (cansaço) ou febre. A queda de cabelos é muito frequente nas ocorre tipicamente nas fases de atividade da doença e na maioria das pessoas, o cabelo volta a crescer normalmente com o tratamento.
b) Articulares: a dor com ou sem inchaço nas juntas ocorre, em algum momento, em mais de 90% das pessoas com LES e envolve principalmente as juntas das mãos, punhos, joelhos e pés. A artrite (inflamação das juntas) tende a ser bastante dolorosa e ocorrer de forma intermitente, com períodos de melhora e piora. Às vezes também surgem as tendinites.
c) A inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleuris) e coração (pericardite) são relativamente comuns, podendo ser leves e assintomáticas, ou, se manifestar como dor no peito. Caracteristicamente no caso da pleuris, a dor ocorre ao respirar, podendo causar também tosse seca e falta de ar. Na pericardite, além da dor no peito, pode haver palpitações e falta de ar.
d) Inflamação nos rins (nefrite): é uma das que mais preocupam e ocorre em cerca de 50% das pessoas com LES. No início pode não haver qualquer sintoma, apenas alterações nos exames de sangue e/ou urina. Nas formas mais graves, surge pressão alta, inchaço nas pernas, a urina fica mais espumosa, podendo haver diminuição da quantidade de urina. Quando não tratada rapidamente e adequadamente o rim deixa de funcionar (insuficiência renal) e o paciente pode precisar fazer diálise ou transplante renal.
e) Alterações neuro-psiquiátricas: essas manifestações são menos frequentes, mas podem causar convulsões, alterações de humor ou comportamento (psicoses), depressão e alterações dos nervos periféricos e da medula espinhal.
f) Sangue: as alterações nas células do sangue são devido aos anticorpos contra estas células, causando sua desnutrição. Assim, se os anticorpos forem contra os glóbulos vermelhos (hemácias) vão causar anemia, contra os glóbulos brancos vai causar diminuição de células brancas (leucopenia ou linfopenia) e se forem contra as plaquetas causarão diminuição de plaquetas (plaquetopenia). Os sintomas causados pelas alterações nas células do sangue são muito variáveis. A anemia pode causar palidez da pele e mucosas e cansaço e a plaquetopenia poderá causar aumento do sangramento menstrual, hematomas e sangramento gengival. Geralmente a diminuição dos glóbulos brancos é assintomática.
O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos sintomas acima. Ao mesmo tempo, como algumas alterações nos exames de sangue e urina são muito características, eles também são habitualmente utilizados para a definição final do diagnóstico. Exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir de há atividade do LES. Embora não exista um exame que seja exclusivo do LES (100% específico), a presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear), principalmente com títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, permite o diagnóstico com muita certeza. Outros testes laboratoriais como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA são muito específicos, mas ocorrem em apenas40% a 50% da pessoas com LES. Ao mesmo tempo, alguns exames de sangue e/ou de urina podem ser solicitados para auxiliar não no diagnóstico do LES, mas para identificar se há ou não sinais de atividade da doença. Existem critérios desenvolvidos pelo Colégio Americano de Reumatologia, que podem ser úteis para auxiliar no diagnóstico do LES, mas não é obrigatório que a pessoa com LES seja enquadrada nesses critérios para que o diagnóstico de LES seja feito e que o tratamento seja iniciado.
O tratamento da pessoa com LES depende do tipo de manifestação apresentada e deve, portanto, ser individualizado. Dessa forma a pessoa com LES pode necessitar de um, dois ou mais medicamentos em uma fase (ativa da doença) e, poucos ou nenhum medicamento em outras fases (não ativas ou em remissão). Ao mesmo tempo, o tratamento sempre inclui remédio para regular as alterações imunológicas do LES e de medicamentos gerais para regular alterações que a pessoa apresente em consequência da inflamação causada pelo LES, como hipertensão, inchaço nas pernas, febre, dor, etc.
Os medicamentos que agem na modulação do sistema imunológico no LES incluem os corticóides (cortisona), os antimaláricos e os imunossupressores, em especial a azatioprina, ciclofosfamida e micofenolato de mofetil. É necessário enfatizar a importância do uso dos fotoprotetores que devem ser aplicados diariamente em todas as áreas expostas à claridade. O produto deve ser reaplicado, ao longo do dia, para assegurar o seu efeito protetor. Em alguns casos podem ser usado cremes com corticosteroides ou com tacrolimus aplicados nas lesões de pele.
Os sintomas mais leves podem ser tratados com analgésicos, anti-inflamatórios e/ou doses baixas dos corticoides (prednisona -5 a 20mg/dia). Na vigência de manifestações mais graves do LES, as doses dos corticoides podem ser bem mais elevadas (prednisona -60 a 80mg/dia). Geralmente, quando há envolvimento dos rins, do sistema nervoso, pulmões ou vasculite é necessário o emprego dos imunossupressores em doses variáveis de acordo com a gravidade do acometimento. Um aspecto importante no uso desses medicamentos é a atenção necessária quanto ao risco aumentado de infecções, já que eles diminuem a capacidade do indivíduo de defender-se contra infecções, incluindo a tuberculose. Em pacientes com LES grave, com rápida evolução, pode-se utilizar altas doses de glicocorticoide por via endovenosa.
O uso da cloroquina (ou hidroxicloroquina) está indicado tanto para as formas mais leves quanto nas mais graves e deve ser mantido mesmo que a doença esteja sob controle (remissão), pois auxiliam na manutenção do controle do LES.
Além do tratamento com remédios, as pessoas com LES devem ter cuidado especiais com a saúde incluindo atenção com a alimentação, repouso adequado, evitar condições que provoquem estresse e atenção rigorosa com medidas de higiene (pelo risco potencial de infecções). Idealmente deve-se evitar alimentos ricos em gorduras e o álcool (mas o uso de bebidas alcoólicas em pequena quantidade não interferem especificamente com a doença). Quem está utilizando anticoagulantes por ter apresentado trombose (muitas vezes relacionada à síndrome antifosfolipídeo associada ao LES), deve ter um cuidado especial que é a manutenção de uma dieta “monótona”, ou seja, parecida em qualidade e quantidade todos os dias, para que seja possível um controle adequado da anticoagulação. Pessoas com hipertensão ou problemas nos rins, devem diminuir a quantidade de sal da dieta e as com glicose elevada, devem restringir o consumo de açúcar e alimentos ricos em carboidratos (massas, farinhas e pães).
Outra medida de ordem geral é evitar (ou suspender se estiver em uso) os anticoncepcionais com estrogênio e o cigarro (tabagismo), ambas condições claramente relacionadas à piora dos sintomas dos LES. Pessoas com LES, independentemente de apresentarem ou não manchas na pele, devem adotar medidas de proteção contra a irradiação solar, evitando ao máximo expor-se à “claridade”, além de evitar a “luz do sol” diretamente na pele, pois além de provocarem lesões cutâneas, também podem causar agravamento da inflamação em órgãos internos como os rins. Outra medida muito importante é a manutenção de uma atividade física regular, preferencialmente aeróbica que ajuda não só para o controle da pressõa e da glicose no sangue, mas também contribui para melhorar a qualidade dos ossos, evitando a osteoporose e melhorando o sistema imunológico.
O objetivo geral dos cuidados com a saúde (incluindo os medicamentos) para as pessoas com LES é permitir o controle da atividade inflamatória da doença e minimizar os efeitos colaterais dos medicamentos. De uma forma geral, quando o tratamento é feito de forma adequada, incluindo o uso correto dos medicamentos em suas doses e horários, com a realização dos exames necessárias nas épocas certas, comparecimento às consultas nos períodos recomendados e os cuidados gerais acima descritos, é possível obter um bom controle da doença e melhora de forma significativa a qualidade de vida das pessoas com LES.
O lúpus é uma doença crônica, assim como também o são a hipertensão, diabetes, várias doenças intestinais, alergias e outras doenças reumatológicas. Todas as pessoas que têm essas doenças necessitam de um acompanhamento prolongado, mas isso não quer dizer que a doença vai estar sempre causando sintomas, ou impedindo a pessoa de viver sua vida, trabalhar fora ou cuidar dos filhos e da casa, pois a evolução natural do lúpus, se caracteriza por períodos de maior e menor “atividade” (com quantidade maior ou menor de sintomas). Ao mesmo tempo, o uso regular dos medicamentos auxilia na manutenção da doença sob controle em o uso irregular dos corticoides, antimaláricos (difosfato de cloroquina ou hidroxicloroquina), azatioprina e micofenolato mofetil favorece a reativação da doença.
Quando a pessoa com lúpus, não aceita a existência da doença e não se conscientiza que são necessárias algumas mudanças no dia a dia, as coisas ficam bem mais difíceis, pois quem tem LES, deve manter um acompanhamento médico para sempre.
Algumas medidas são para a vida toda como proteção solar (chapéus, sombrinhas, etc., além dos cremes fotoprotetores já citados), não fumar, exercícios físicos regulares, controle alimentar, não faltar às consultas, realizar exames com a periodicidade recomendada e seguir as orientações e sempre retirar suas dúvidas com seu médico reumatologista.
Quanto ao uso dos remédios, isto varia de acordo com a fase da doença. O reumatologista, que é o médico especialista para o tratamento do LES, sempre vai tentar empregar os medicamentos nas menores doses possíveis, pelo menor tempo possível, mas a decisão quanto a que doses utilizar em cada momento, depende de uma avaliação especializada que é feita durante a consulta. Portanto, as doses prescritas não devem ser modificadas para que não haja retardo na melhora programada, mesmo que a pessoa esteja se sentindo bem a acredite que daria para reduzir os remédios. Antes de qualquer mudança na dose de qualquer medicamento, a pessoa com LES sempre deve conversar com o seu reumatologista.
As consultas geralmente são marcadas a cada 3 a 6 meses, no entanto, os casos de doença em atividade, podem ser necessários retornos mais frequentes, como semanal e, se necessário até mesmo com internação hospitalar (condição que não é necessária para a maioria das pessoas com LES).
Durante muito tempo os médicos acreditaram que quem tinha lúpus não poderia jamais engravidar. No entanto, já há cerca de 20 anos, sabe-se que a gravidez não está proibida para as mulheres com lúpus, mas que ela deve ser programada. O ideal é que a pessoa com LES só engravide com a doença totalmente sob controle por pelo menos 6 meses, portanto antes de pensar em engravidar, converse com seu reumatologista, já que alguns medicamentos usados no tratamento do LES devem ser suspensos antes da gravidez. A cloroquina por outro lado, pode e deve ser mantida durante a gestação.
Normalmente as pessoas com lúpus vão ter crianças normais. Por outro lado, sabemos que existe uma pequena chance de ocorrer um abortamento, ou do bebê nascer prematuro ou com baixo peso. Ao mesmo tempo, as pessoas que têm hipertensão (por qualquer razão e não só pelo LES), têm mais chances de desenvolver pré-eclâmpsia que é uma complicação grave da gestação. As mulheres com LES que também têm a síndrome antifosfolipídeo (ou apenas os anticorpos antifofolipídeos), têm mais chance de perda do bebê e podem necessitar usar anticoagulantes (injeções de heparina ou warfarina) durante toda a gravidez.
Uma situação especial que pode ocorrer durante a gravidez em pessoas com LES (e também sem LES) é o desenvolvimento de um bloqueio cardíaco, que determinam batidas mais lentas do coração do bebê. Hoje em dia, já se sabe que esse tipo de problema está relacionado à presença de um anticorpo no sangue da mão (antiRo), que passa pela placenta e afeta o coração do bebê. Apesar disso, a grande maioria dos bebês filhos de mulheres com esse anticorpo, não tem nenhum problema. Esse mesmo anticorpo também pode causar um situação chamada lúpus neo-natal, na qual o bebê nasce ou desenvolve manchas parecidas com as de quem tem lúpus. No entanto essas manchas são temporárias e a criança não desenvolve lúpus propriamente dito.
Do ponto de vista genético, as chances de uma mulher com LES, ter um filho que também desenvolve LES, são muito pequenas. Mas atualmente, já sabemos que pessoas que têm um familiar com LES, têm mais chances de também desenvolver LES.
Ainda em relação à gravidez, alguns remédios podem ser usados durante toda a gestação, outros (como a maioria dos imunossupressores e alguns para hipertensão), devem ser evitados. Portanto, a gravidez de uma mulher com LES, sempre deve ser planejada e sempre deve ser considerada uma gestação de alto risco, para que medidas mais rigorosas de acompanhamento possam ser instituídas. O acompanhamento pré-natal deve ser iniciado no primeiro momento que a pessoa com LES saiba que está grávida e também é essencial a manutenção do acompanhamento no pós-parto, incluindo programação dos medicamentos que podem ser usados durante a amamentação. Ainda que a gestação em quem tem LES seja considerada sempre de alto risco, se todos os cuidados forem tomados, a grande maioria da gestações é tranquila e bem sucedida.
• Estresse emocional causa lúpus? Não. Emoções negativas como a perda de um parente próximo ou uma separação, podem desencadear os sintomas iniciais da doença ou provocar uma reativação. Esses fatores não são a causa, mas contribuem para sua exacerbação (reativação).Estresse emocional causa lúpus? Não. Emoções negativas como a perda de um parente próximo ou uma separação, podem desencadear os sintomas iniciais da doença ou provocar uma reativação. Esses fatores não são a causa, mas contribuem para sua exacerbação (reativação).
• Quem tem LES tem mais chances de ter uma infecção? Como sabemos, o lúpus é uma doença que interfere com o sitema imunológico, que é o nosso sistema de defesa contra as infecções de uma forma geral. Este desequilíbrio facilita um pouco o aparecimento de infecções. Por outro lado, na maioria das vezes as infecções nas pessoas com LES, são facilitadas pelo uso de alguns medicamentos (corticoides e imunossupressores) que ao inibirem a produção excessiva de anticorpos, inibem alguns dos mecanismos naturais de defesa do nosso organismo.
• O lúpus tem cura? O LES é uma doença crônica que passa por períodos de atividade e períodos de remissão. Logo nessas fases (remissão), a pessoa pode ficar totalmente bem, sem qualquer sintoma, mas isso não significa que o distúrbio imunológico que “causou” o LES, foi corrigido definitivamente. Logo, o ideal é que consideramos o LES como uma doença crônica, que pode ficar sem sintomas mas, que sempre vai necessitar um acompanhamento médico contínuo.
• Há algum problema de usar remédios para outras doenças já usando os medicamentos para lúpus? Possivelmente sim. A única forma de saber é discutindo com o seu reumatologista a receita toda. Embora ocorra raramente, alguns remédios para tratamento da hipertensão, alguns antibióticos, remédios para colesterol e mesmo alguns para tratamento de infecções por fungos, podem provocar sintomas semelhantes aos do lúpus ou interferir com os do lúpus.
• Os remédios para o lúpus sempre deixam a pessoa inchada? Não. No entanto os corticoides quando em doses altas, para as fases mais ativas e graves da doença, podem deixar a pessoa inchada. Outro aspecto é que os corticoides aumentam o apetite. Logo, quando for necessário o uso de doses altas desses medicamentos, é necessário controlar a dieta e manter uma atividade física regular. O seu reumatologista sempre tentará usar a menor dose possível e essa tende a ser bem baixa após o controle da fase ativa da doença e, as doses baixas de corticoide causam pouca ou nenhuma inchação.
• O lúpus pode causar trombose? Não. No entanto a síndrome antifosfolipídeo que pode estar presente em associação com o LES em algumas pessoas, causa tromboses.
• Quem tem LES pode se aposentar por doença? Não. A maioria das pessoas com LES pode ter uma vida produtiva cuidando da casa, trabalhando fora, estudando, etc. No entanto, algumas pessoas têm uma evolução mais complicada e perdem a capacidade produtiva. Nesses casos isolados, que ocorrem com quem tem lúpus e também com quem tem outras doenças, pode haver indicação de algum benefício da previdência social.
• É possível a pessoa ter duas doenças autoimunes juntas? Sim. A pessoa que tem uma doença autoimune tem na verdade, um distúrbio do seu sistema imunológico que favorece o desenvolvimento de uma ou mais doenças imunológicas. A síndrome antifosfolipídeo é uma doença que se associa em muito pacientes com LES.
• Outras doenças podem ter os mesmo sintomas de LES? Sim. Os sintomas do lúpus não são exatamente exclusivos. Pessoas que tem hanseníase, hepatite C, rubéola ou outras doenças autoimunes podem desenvolver sintomas muito parecidos e pode também ter o exame FAN positivo sem que tenham lúpus.
• Quem tem LES tem mais problemas de coração ou de câncer? Sim. À semelhança de várias outras doenças inflamatórias, pessoa com LES tendem a ter mais doenças cardiovasculares. A hipertensão, o colesterol elevado e a insuficiência renal, todas condições que são mais frequentes em quem tem LES, contribuem significativamente para a maior frequência das doenças do coração e por isso merecem atenção especial durante o cuidado com o LES de uma forma geral. Por outro lado, o risco de câncer é praticamente o mesmo da população em geral (apesar desse risco ser discretamente maior) e por isso, pessoas LES também devem atentar para as medidas de prevenção, que incluem principalmente cuidados quanto ao câncer de mama e do colo do útero.
• A pessoa pode ter o exame de FAN positivo e mesmo assim não ter LES? Sim. Algumas doenças e mesmo pessoas sem doença alguma, e também parentes de pessoas com doenças autoimunes pode ter FAN positivo e nunca desenvolverem LES. Cabe ressaltar que na maioria das vezes os títulos desse exame (FAN) tendem a ser baixos e que títulos altos do FAN (dependendo do padrão encontrado), mesmo que a pessoa não tenha sintomas de lúpus, requerem observação a longo prazo (sem que seja necessário usar nenhum remédio).
• E se a pessoa tiver os sintomas de LES e o exame de FAN for negativo, a pessoa pode ainda sim ter LES? Sim. Mas espera-se que todas as pessoas portadoras de LES apresentem, ao longo de sua evolução, o exame do FAN positivo.
• Quem tem LES pode tomar vacinas? Sim. Algumas vacinas devem ser usadas por quem tem LES porque aumentam as defesas e dentre essas as mais importantes são as contra pneumonia pneumocócica e as contra o vírus da gripe além das geralmente indicadas no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Se a pessoa com LES estiver usando imunossupressores, incluindo os corticoides, não deve receber as vacinas com vírus vivos atenuados como as da febre amarela,varicela, rotavírus e Sabin.
• Quando o tempo está nublado, também é necessário proteger-se com fotoprotetor? Sim. A maioria das pessoas com lúpus tem sensibilidade ao sol, e essa sensibilidade não é só à luz direta do sol, mas à claridade. Logo, mesmo nos dias nublados e na sombra de uma forma geral, é necessário usar fotoprotetor e preferencialmente cobrir-se com uma blusa fina.
• Existem produtos “naturais” ou vacinas que melhorem a imunidade? Não. A melhor atitude para melhorar a imunidade é manter uma vida saudável, incluindo uma dieta balanceada, sem álcool, cigarro ou excessos dietéticos. Não existem produtos que melhores a imunidade e alguns podem mesmo prejudicar o sistema imunológico.
Fonte: Lupus - Cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
A Artrite Reumatoide é uma doença crônica, inflamatória, cuja principal característica é a inflamação das articulações (juntas), embora outros órgãos também possam estar comprometidos.
A AR é uma doença autoimune, ou seja, é uma condição em que o sistema imunológico, que normalmente defende o nosso corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a atacar o próprio organismo (no caso, o tecido que envolve as articulações, conhecido como sinóvia).
A inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar à destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades da vida diária.
O tratamento adequado e precoce pode prevenir a ocorrência de deformidades e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença.
A Artrite Reumatoide acomete cerca de 1% da população. Qualquer pessoa, desde crianças até idosos, pode desenvolver a doença. No entanto, ela é mais comum em mulheres por volta dos 50 anos de idade. Pessoas com histórias de Artrite Reumatoide na família têm mais risco de desenvolver a doença.
O aparecimento da Artrite Reumatoide decorre de vários fatores, os quais incluem predisposição genética, exposição a fatores ambientais e possivelmente infecções. A causa mais importante é a tendência genética, e acredita-se que alguns genes possam interagir com os outros fatores causais da doença. Apesar desse conhecimento, sabe-se que alguns pacientes com a doença não apresentam estes genes e a presença destes genes não significa que a doença irá sempre aparecer. Além dos fatores genéticos, inúmeros vírus e bactérias foram investigados como sendo possíveis causadores da doença, o que não foi confirmado até o momento. Infecções periodontais podem predispor ao aparecimento da doença, ainda que estes novos conhecimentos precisem ser confirmados. Ainda em relação à causa, é sabido que pessoas que fumam têm grande risco de desenvolver a doença, a qual pode mesmo ocorrer com fumantes passivos. Outros fatores de exposição ambiental como os poluentes do tipo sílica também podem predispor à doença. Fatores hormonais também estão relacionados com Artrite Reumatoide e isto justifica o fato de a doença ocorrer três vezes mais em mulheres e apresentar melhora clínica no período de gestação.
A Artrite Reumatoide (AR) pode iniciar com apenas uma ou poucas articulações inchadas, quentes e dolorosas (artrite ou sinovite), geralmente acompanhada de rigidez para movimenta-las principalmente pela manhã e que pode durar horas até melhorar. Artrite corresponde à inflamação de algum dos componentes da estrutura articular (cartilagem articular, osso subcondral ou membrana sinovial). Sinovite é a inflamação da membrana sinovial (que recobre a cápsula articular – que envolve a articulação – por dentro), e, geralmente, manifesta-se por vermelhidão, inchaço, calor, dificuldade de movimento e dor. O cansaço (fadiga) também é uma manifestação frequente. O quadro clínico mais visto é caracterizado por artrite nos dois lados do corpo, principalmente nas mãos, nos punhos e pés, que vai evoluindo para articulações maiores e mais centrais como cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris. As mãos são acometidas em praticamente todos os pacientes. A evolução é progressiva sem o tratamento adequado, e determinando desvios e deformidades decorrentes do afrouxamento ou da ruptura dos tendões e das erosões articulares. A AR pode levar a alterações em todas as estruturas das articulações, como ossos, cartilagens, cápsula articular, tendões, ligamentos e músculos que são os responsáveis pelo movimento articular. Dentre os achados tardios da AR e que levam à incapacidade física para as atividades do dia a dia, podemos citar diversas alterações em diferentes juntas:
- desvio ulnar dos dedos ou “dedos em ventania”: resultado de múltiplos fatores (ex. deslocamento dos tendões extensores dos dedos, subluxações das metacarpofalangeanas)
- deformidades em “pescoço de cisne”: hiperextensão das interfalangeanas proximais – IFPs – e flexão das distais – IFDs
- “mãos em dorso de camelo”: aumento de volume do punho e das articulações metacarpofalangeanas com atrofia interóssea
- joelhos valgos: desvio medial (“joelhos para dentro”)
- tornozelos valgos: eversão da articulação subtalar
- hálux valgo: desvio lateral do hálux (“dedão do pé”)
- “dedos em martelo”: hiperextensão das metatarsofalangeanas e extensão das IFDs
- dedos em “crista de galo”: deslocamento dorsal das falanges proximais com exposição da cabeça dos metatarsianos
- pés planos: arco longitudinal achatado.
O acontecimento da coluna cervical com a subluxação atlanto-axial (deslocamento das primeiras vértebras da coluna cervical) pode ocasionar quadros mais graves. Geralmente, manifesta-se por dor que “caminha” para a região occipital (atrás da cabeça) e dificuldade para mexer o pescoço. A AR é uma doença que não atinge só as articulações, mas também pode inflamar os vasos, olhos, pulmões, o coração e o sistema nervoso (manifestações extrarticulares). As manifestações extra-articulares correlacionam-se com o pior prognóstico.
O diagnóstico da Artrite Reumatoide é clinico, ou seja, baseia-se na história clinica e no exame físico feito pelo médico. Mas alguns exames complementares, de sangue ou de imagem, podem ser úteis, incluindo as provas que medem a atividade inflamatória, o fator reumatoide, o anticorpo antipeptídeos citrulinados cíclicos (anti-CCP), radiografia das articulações acometidas e, eventualmente, ultrassonografia ou ressonância das juntas, em caso de dúvida. Outros exames podem ser necessários para afastar outras doenças, dependendo de cada caso.
Conforme dito antes, trata-se de uma doença autoimune inflamatória crônica. Assim, uma vez diagnosticada a doença, deve-se fazer o acompanhamento continuado com o reumatologista. Os medicamentos que controlam a doença são os que regulam essa autoimunidade exagerada, diminuindo a inflamação e suas consequências para as juntas e outros órgãos. São da classe dos imunossupressores que funcionam muito mais como reguladores do sistema imunitário. Na reumatologia são chamados de medicamentos antirreumáticos modificadores e controladores da doença, que podem ser sintéticos ou fabricados por engenharia biológica (conhecidos como agentes ciológicos ou apenas “biológicos”). Muito se avançou no tratamento da Artrite Reumatoide. Hoje, sabe-se que, quanto antes iniciado o uso desses medicamentos específicos, maior e melhor é a resposta. Embora o tratamento precoce seja, logicamente, mais eficaz em controlar significativamente a inflamação e, portanto, a qualidade de vida dos pacientes. Esses medicamentos, apesar de serem muito eficazes, têm um início de ação mais lenta, podendo demorar algumas semanas a meses para ter sua melhor atuação na atividade da doença. Pode ser que apenas uma dessas medicações ou uma combinação delas sejam necessárias para controle da Artrite Reumatoide. Até que as medicações específicas atuem, outros medicamentos (os analgésicos ou anti-inflamatórios), para controle sintomático das dores e inflamação, podem ser utilizados. Por ser uma doença crônica, o seu tratamento também deve ser. O objetivo ideal e possível do tratamento é o de controlar totalmente a doença e suas consequências como as deformidades articulares. O reumatologista, durante as consultas regulares, irá controlar a atividade da Artrite Reumatoide e, também, prevenir ou tratar o acometimento de outros órgãos, caso aconteça.
Os medicamentos específicos são seguros para uso a longo prazo e os possíveis efeitos colaterais devem ser prevenidos ou controlados durante as consultas. Após o controle adequado da doença, é necessário manter o tratamento específico por um tempo prolongado. Em alguns casos, é possível diminuir ou até suspender os medicamentos. Essa decisão será avaliada cautelosamente pelo seu reumatologista que, mesmo no caso de suspensão das medicações, deverá continuar o acompanhamento, fazendo reavaliações clínicas e com exames complementares regularmente para detectar possíveis recaídas da doença.
Não. Não existe nada conhecido que faça desaparecer a doença, como acontece, por exemplo, com uma infecção quando se faz o tratamento com o antibiótico certo. Mas a Artrite Reumatoide pode ser bem controlada e ter seus sintomas resolvidos quando se atinge a remissão da doença. Remissão é uma fase em que a doença deixa de estar ativa, com desaparecimento da dor e do inchaço das juntas e com a normalização dos exames de laboratório, como se a pessoa estivesse curada. A remissão pode durar pouco ou muito tempo e é muito raro que aconteça sem o tratamento médico. Para aumentar as chances de atingir a remissão, o tratamento deve ser feito logo no início da doença e devem ser seguidas as recomendações dos especialistas.
Os medicamentos que podem causar remissão da doença são o metotrexate, a leflunomida e os biológicos (abatacepte, adalimumabe, certolizumabe, etanercepte, golimumabe, infliximabe, rituximabe e tocilizumabe). A sulfassalazina e a cloroquina podem ajudar a conseguir a remissão, quando combinadas com um deles.
Sim. A Artrite Reumatoide não é uma doença proibitiva ou restritiva com relação a gestação. Ao contrário, os sintomas desta doença (dor e inchaço nas juntas) podem apresentar melhora espontânea durante o período gestacional, apesar de normalmente ocorrer recaída (piora) nos primeiros seis meses após o parto.
Assim como para outras doenças crônicas, a gestação deve ser programada. Os motivos mais importantes para a programação da gestação são: 1. Estado da Artrite Reumatoide no início da gestação; 2. Uso de medicamentos antes e durante a gravidez e depois do parto (período de amamentação).
Sabe-se que quando melhor controlada a Artrite Reumatoide (menor número de juntas dolorosas ou inchadas) durante toda a gestação, menor o risco de baixo peso do bebê ao nascer, assim como menor o risco de parto prematuro (tempo de gestação < 37 semanas).
Apenas duas medicações podem ser utilizadas com maior segurança durante a gestação e o período de aleitamento materno. São elas: hidroxicloroquina e sulfassaazina. Todos os outros medicamentos devem ser discutidos caso a caso com seu reumatologista.
O uso de métodos anticoncepcionais durante o tratamento da Artrite Reumatoide e a escolha do melhor momento para a gestação são as formas mais seguras para que esse momento especial se torne realidade e não gere mais preocupação com o seu bem-estar.
Existe um risco um pouco maior dos filhos de uma pessoa que tem Artrite Reumatoide apresentarem a doença, uma vez que a artrite é mais comum entre pessoas com parentes que também tem a doença. No entanto, isso não significa que eles obrigatoriamente vão desenvolver o quadro. O mais importante é estar atento aos sintomas e procurar o médico precocemente, em caso de dúvida.
Sim. Devido à inflamação persistente das articulações, pode haver comprometimento de suas funções e limitação para execução de atividades de lazer e trabalho. Essa limitação pode ser temporária e reversível quando é devida a presença de inflamação aguda. Logo que o processo inflamatório seja controlado, a capacidade funcional é recuperada. No entanto, quando o processo inflamatório não é controlado de forma adequada, ocorre evolução para lesão permanente da articulação e surgimento de deformidades articulares. Dessa forma, pode ocorrer importante limitação para a realização das atividades do cotidiano, inclusive aquelas do cuidado pessoal como escovar dentes ou alimentar-se. Essas limitações podem instalar-se de forma permanente e irreversível quando o tratamento da AR não é realizado de forma adequada.
A pessoa que tem Artrite Reumatoide pode e deve praticar atividade física, sobretudo para manter o condicionamento cardiovascular. É também importante manter o fortalecimento da musculatura como um todo, pois os músculos dão sustentação às articulações. As atividades não devem ser exaustivas e nem causar impacto, e, nos períodos de atividade da doença, o repouso deve ser indicado. Um programa específico de exercícios pode ser orientado pelo médico, fisioterapeuta ou educador físico, após avaliação cuidadosa de cada caso.
Não. Modificações da dieta não interferem na evolução da Artrite Reumatoide. No entanto, é recomendável uma dieta equilibrada e rica em cálcio (ex.: leite e derivado) pelo risco aumentado de osteoporose que os pacientes com a Artrite Reumatoide têm.
Pacientes com doenças crônicas, como é o caso da AR, frequentemente buscam terapias alternativas, como uma forma de tratamento de sua condição.
Essas terapias incluem dietas, meditação, biofeedback, acupuntura, massagens, quiropraxia, homeopatia, entre outras. Na maioria das vezes, faltam estudos científicos sobre a segurança e a eficácia destes tratamentos, ou seja, não é possível afirmar que tais tragam algum benefício para o paciente.
O paciente deve sempre consultar o seu médico antes do início de uma dessas terapias. O médico antes do início de uma dessas terapias. O médico pode avaliar se o pretendido tratamento alternativo pode induzir algum dano ao paciente e orientá-lo no sentido de que tais métodos não devem substituir a terapia tradicional para a AR – os medicamentos não devem ser suspensos, sob o risco de agravamento do quadro.
“Tratamentos” como “auto-hemoterapia”, “vacina para brucelose”, “lavagem intestinal” não funcionam para melhorar os sintomas da artrite e podem trazer sérios danos à saúde do paciente.
“Medicamentos à base de ervas” ou fórmulas milagrosas vendidas pela internet ou por telefone devem ser avaliados com cuidado pelo médico que o acompanha. Muitas vezes, tais “medicamentos” nada mais são do que corticoides disfarçados.
É crescente, nos últimos anos, a importância que os médicos atribuem às doenças reumáticas como causa de incapacidade física ou redução da expectativa de vida, com especial destaque para a AR. Os avanços nos conhecimentos médicos nas áreas da imunologia e biologia molecular permitiram o melhor entendimento das causas dos danos causados pela AR, possibilitando modernas estratégias diagnósticas e de tratamento com medicamentos mais eficazes, com menos efeitos indesejáveis e capaz de induzir até o desaparecimento dos sinais e sintomas da doença. Os modernos tratamentos, chamado de imunobiológicos, são capazes de induzir a remissão (ausência de atividade inflamatória) da doença mesmo nos casos em que os tratamentos tradicionais falham. O diagnóstico na fase inicial e o imediato uso do tratamento adequado são determinantes para evitar o do permanente da articulação. Diante de tudo isso, o papel do reumatologista na avaliação e no tratamento dos pacientes com AR é essencial, já que esse é o especialista mais familiarizado com a identificação da doença e com as drogas atualmente disponíveis, suas indicações e seus efeitos adversos.
Fonte: Artrite Reumatoide - Cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
A Osteoartrite é uma doença das articulações, degenerativa e progressiva, na qual a cartilagem que reveste as extremidades ósseas se desgasta e fica comprometida, causando dor em diferentes níveis, inflamação e incapacidade. A Osteoartrite também é conhecida como osteoartrose ou simplesmente artrose e prova dor nas articulações, principalmente nas seguintes áreas:
• Joelho
• Quadril
• Mãos
• Coluna Vertebral
A Osteoartrite é uma doença muito frequente, que acomete uma grande parte das pessoas acima dos 65 anos, e cerca de 80% daquelas que já passaram dos 75 anos.
Praticar alguma atividade física regularmente é muito importante, pois melhora o sistema cardiovascular, a sensação de bem-estar e a função mental. As atividades físicas devem respeitar a gravidade da lesão articular, além da saúde geral da pessoa com Osteoartrite. Os exercícios devem ser moderados e de baixo impacto. Fisioterapia e hidroginástica também são úteis para a prevenção e para o tratamento da Osteoartrite. Outro fator importante é o controle do peso, pois o excesso representa um esforço adicional para as articulações.
O calçado correto e adequado também é um aspecto muito importante. Palmilhas e outros recursos para o realinhamento, absorção de impacto e conforto, podem ser utilizados dentro dos calçados para facilitar o caminhar. Diversos acessórios, como as bengalas, por exemplo, podem contribuir para melhorar a segurança e a estabilidade, além de reduzir a dor ao andar. Algumas pessoas com quadros mais graves podem se beneficiar com o uso desses acessórios.
Defina isto como uma prioridade para o seu bem-estar:
• Busque motivação com os amigos e familiares;
• Consulte seu médico antes de iniciar qualquer atividade física;
• Realize um teste ergométrico para liberação dos exercícios;
• Escolha uma modalidade de exercícios de que você goste;
• Em caso de dúvida, não hesite em obter apoio profissional especializado;
• Os primeiros dias são os mais difíceis. Não desanime e mantenha a frequência;
• Não adianta fazer exercícios por poucos dias ou semanas e depois interromper. O exercício físico regular deverá ser mantido por toda a nossa vida;
• Nunca é tarde para iniciar um programa de exercício físico;
• Se apresentar algum mal-estar durante o exercício, procure orientação médica.
Fonte: Osteoartrite - Cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Gota é um tipo de artrite que ocorre quando o ácido úrico se acumula no sangue e causa inflamação nas articulações. A gota também pode ser chamada de Doença dos Reis.
A gota é causada pela presença de níveis mais altos do que o normal de ácido úrico na corrente sanguínea. Isso pode ocorrer se o corpo produzir ácido úrico em excesso ou se o tiver dificuldade de eliminar o ácido úrico produzido.
Quando essa substância se acumula no líquido ao redor das articulações (líquido sinovial), são formados cristais de ácido úrico. Esses cristais causam inchaço e inflamação nas articulações. A causa exata da gota, no entanto, é desconhecida.
Fonte: Gota - Cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta, principalmente, com dor no corpo todo. Muitas vezes fica difícil definir se a dor é nos músculos ou nas articulações. Os pacientes costumam dizer que não há nenhum lugar do corpo que não doa. Junto com a dor, surgem sintomas como fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada, com a sensação de que não dormiu) e outras alterações como problemas de memória e concentração, ansiedade, formigamentos/dormência, depressão, dores de cabeça, tonturas e alterações intestinais. Uma característica da pessoa com Fibromialgia é a grande sensibilidade ao toque e à compreensão de pontos nos corpos.
Não existe ainda uma causa definida, mas há algumas pistas de porque as pessoas têm Fibromialgia. Os estudos mostram que os pacientes apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem Fibromialgia. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com Fibromialgia interpretasse de forma exagerada os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. A Fibromialgia também pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem Fibromialgia e outras não ainda é desconhecido. O que não se discute é se a dor do paciente é real. Hoje, com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com Fibromialgia realmente estão sentindo dor que dizem sentir. Mas é uma dor diferente, em que não há lesão no corpo, e, mesmo assim, a pessoa sente dor. Mesmo não sabendo a causa exata, sabemos que algumas situações provocam piora das dores em quem tem Fibromialgia. Alguns exemplos são: excesso de esforço físico, estresse emocional, alguma infecção, exposição ao frio, sono ruim ou trauma.
A Fibromialgia é bastante frequente. No Brasil está presente em cerca de 2% a 3% das pessoas. Acomete mais mulheres que homens e costuma surgir entre os 30 a 55 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
O principal sintoma da Fibromialgia é a dor generalizada (dor no corpo todo), percebida especialmente nos músculos. É muito comum que o paciente sinta dificuldade de definir onde está a dor, e muitos referem-na como sendo “nos ossos”, nas “juntas” ou “nas carnes”. Como os músculos estão presentes por todo o corpo, este é o motivo da confusão. Importante notar que não só o paciente refere dor espontânea, mas também bastante dolorimento ao toque. Comumente o paciente com Fibromialgia refere que não pode ser abraçado ou mesmo acariciado. Além da dor, o cansaço é uma queixa frequente na Fibromialgia. Muitas vezes é difícil diferenciar este cansaço da sonolência. As alterações do sono são extremamente comuns na Fibromialgia, e as primeiras alterações objetivas desta doença foram detectadas no estudo do sono (polissonografia) destes pacientes. Muitas vezes o paciente até dorme um bom número de horas, mas acorda cansado- é o famoso “sono não reparador” da Fibromialgia. Também pode ocorrer insônia, sensação de pernas inquietas antes de dormir e movimentos da perna durante o sono. Como a Fibromialgia é uma doença em que as sensações estão amplificadas, são comuns as queixas em outros lugares do corpo, como dor abdominal, queimações e formigamentos, problemas para urinar e dor de cabeça. Como outros pacientes que sofrem de dor crônica, existem também as queixas de falta de memória e dificuldades na concentração. Os distúrbios do humor como ansiedade e depressão são comuns e importantes, como será visto a seguir.
A Fibromialgia é uma doença em que não existe uma lesão dos tecidos – não há inflamação ou degeneração. Com estudos mais modernos, verificou-se que a dor na Fibromialgia é causada por uma amplificação dos impulsos dolorosos, como se a pessoa tivesse um “controle de volume” desregulado. Isso só é visto em exames muito específicos, em pesquisas científicas. Na prática clínica, não há como provar que a pessoa está sentindo dor crônica – a reação corpora é muito diferente do que a dor aguda. O paciente não está agitado, suando frio, gritando como acontece em um infarto ou uma cólica renal. Na dor crônica, na maioria das vezes a pessoa comunica-se bem e parece calma. A reação à dor nota-se ma presença de depressão. Afastamento social, alteração do sono e cansaço. Tudo isso leva algumas pessoas, até mesmo profissionais de saúde, a terem dúvidas se os sintomas são reais ou não. Mas a experiência acumulada de anos, as histórias de dor muscular e outros sintomas sendo descritos da mesma maneira em vários locais do mundo, e mais recentemente a visualização do cérebro do paciente com Fibromialgia em funcionamento, permitem uma classificação bastante adequada dos pacientes como tenso esta condição.
Tanto a ansiedade quanto a depressão influenciam negativamente a Fibromialgia, de forma semelhante ao que ocorre em outras doenças. A depressão é muito frequente na Fibromialgia, estando presente em até 50% dos pacientes. Desta forma, frequentemente observamos pacientes com Fibromialgia e depressão. Ambas as condições atuam como um círculo vicioso, piorando o quadro. O paciente deprimido também apresenta distúrbios do sono e fadiga, sintomas comuns da Fibromialgia. É importante ressaltar, no entanto, que uma parcela considerável de pacientes com Fibromialgia não apresenta depressão, de forma que ambas as depressão e Fibromialgia, são condições clínicas diferentes. Da mesma forma, vários estudos confirmaram que a dor sentida pelo paciente com Fibromialgia é real, e não é imaginária ou “psicológica” como alguns supunham. Quando presentes em um mesmo paciente, tanto a depressão quanto a Fibromialgia devem ser adequadamente tratadas.
A interpretação da dor no cérebro sofre várias influências, dentre elas das emoções. As emoções positivas, como alegria e felicidade, podem diminuir o desconforto da dor e as negativas, como tristeza e infelicidade, podem aumentar este desconforto. Em parte isto é explicado pelos neurotransmissores (substâncias químicas cerebrais que conectam as células nervosas), como a serotonina e a noradrenalina, que têm papel importante na interpretação da dor e na depressão. Desta forma, pacientes com Fibromialgia que não estejam bem tratados do quadro depressivo terão níveis mais elevados de dor. É importante ressaltar que a piora observada no quadro doloroso é real e não é “psicológica”.
O diagnóstico da Fibromialgia é essencialmente clínico. O médico durante a consulta obtém algumas informações que são essenciais. Os sintomas mais importantes são dor generalizada, dificuldades para dormir ou acordar cansado e a sensação de cansaço ou fadiga durante todo o dia. Alguns outros problemas podem acompanhar a Fibromialgia como a depressão, ansiedade, alterações intestinais ou urinárias, dor de cabeça frequente, entre outros. Ao examinar, o médico pode observar uma grande sensibilidade em pontos específicos dos músculos. Estes pontos são conhecidos como pontos dolorosos. Hoje não se valoriza muito a quantidade de pontos que estão dolorosos, mas a sua presença ajuda nesse diagnóstico. Uma organização médica Americano de Reumatologia criou alguns critérios para ajudar esse diagnóstico. Eles incluem dor difusa e os pontos dolorosos já citados. Esses critérios são muito utilizados para realizar pesquisar sobre Fibromialgia, mas no dia a dia o principal é a avaliação médica. Ainda na consulta podem ser utilizados alguns questionários que ajudam tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento dos pacientes. Entre esses questionários eu citaria o Índice de Dor Generalizada, o Índice de Severidade dos Sintomas e o Questionário de Impacto da Fibromialgia.
Em relação ao diagnóstico, não existem exames para Fibromialgia. O diagnóstico é totalmente clínico e feito através dos sintomas e sinais. O seu médico pode pedir exames para excluir doenças que se apresentam de forma semelhante à Fibromialgia ou ainda para detectar outros problemas que podem ocorrer junto e influenciar na sua evolução.
A Fibromialgia é uma condição médica crônica, significando que dura por muito tempo, possivelmente por toda a vida. Entretanto, pode ser confortador saber que, embora não exista cura, a Fibromialgia não é uma doença progressiva. Ela nunca é fatal e não causa danos às articulações, aos músculos, ou órgãos internos. Embora ainda não tenha sido descoberta a cura para a Fibromialgia, em muitas pessoas ela melhora com o tempo, e há casos nos quais os sintomas retrocedem quase totalmente. A Fibromialgia não deve ser encarada como uma doença que necessita de tratamento, mas sim como uma condição clínica que requer controle. Isso porque, na pessoa predisposta, suas manifestações ocorrer ao longo da vida, na dependência de uma gama de fatores físicos e emocionais. Nesse contexto, as manifestações devem ser tratadas na direta proporção de sua gravidade. Porém, com o tratamento atual da Fibromialgia é possível a pessoa experimentar ficar sem dor ou com a dor em nível muito baixo. Os outros sintomas como a fadiga, a alteração do sono e a depressão também podem ser tratadas adequadamente. Mais do que em outros problemas, o tratamento da Fibromialgia depende muito do paciente. O médico deve atuar mais como um guia do que somente uma pessoa que fornece remédios. É muito importante que a pessoas com Fibromialgia entenda que a atividade física regular terá que ser mantida para o resto da vida, pelo risco de a Fibromialgia voltar se esta atividade for interrompida. Diferentemente de outras enfermidades reumatológicas, como a Artrite Reumatoide e Artrose, a Fibromialgia não causa deformidades ou incapacidades físicas graves. Entretanto, podemos observar, em um número significativo de pacientes, uma queda importante da qualidade de vida, com reflexos nos aspectos social, profissional e afetivo destes pacientes. Uma questão central para os fibromiálgicos é a dificuldade para a execução de tarefas, profissionais ou do cotidiano. Os pacientes mostram-se extremamente inseguros quanto ao desempenho pessoal, gerando um estado crônico de revolta em relação a sua saúde. Queixam-se frequentemente da redução da qualidade do seu trabalho, com consequente influência em sua vida profissional e mesmo na renda familiar. Comuns também são relatos de indiferença por parte de amigos e familiares, problemas conjugais e diminuição da frequência de atividades de lazer e mesmo religiosas. Cerca de 70% dos pacientes com Fibromialgia referem que a doença afeta negativamente a sua vida sexual, na mesma proporção para o(a) companheiro (a). Os familiares também sofrem com esse convívio com os portadores de Fibromialgia, devido ao intenso estresse psicológico. É importante salientar, que a gravidade da Fibromialgia pode estar também relacionada com as diversas outras doenças crônicas como a Artrite Reumatoide, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Artrose, Tendinites, entre outras que afetam o aparelho osteoarticular. Da mesma forma, torna-se mais grave quando associada aos distúrbios psiquiátricos como a depressão e ansiedade.
Sim. Além dos muitos benefícios à saúde, a atividade física é reconhecidamente um método não medicamentoso de grande impacto na melhora da dor, do humor e da qualidade de vida dos pacientes com Fibromialgia. Constitui-se, assim, uma intervenção fundamental, aliada às medidas medicamentosas, para o tratamento da Fibromialgia.
A acupuntura tem sido utilizada para tratamento de dores há séculos, porém sem evidências científicas fortes. Vários trabalhos realizados apresentam resultados contraditórios, de forma que não há consenso em recomendá-la para pacientes com Fibromialgia. Mesmo os trabalhos de autores orientais, adeptos da prática, em que o resultado é de uma eficácia maior, afirmam que há necessidade de pesquisas mais aprofundadas, com maior número de pacientes. Ou seja, ainda não há um consenso sobre sua utilidade e ação terapêutica na Fibromialgia.
A psicoterapia cognitiva-comportamental (TCC) leva principalmente em conta a forma como cada um age perante os acontecimentos do dia a dia, para tentar entender e modificar sua emoções e seu modo de agir. Desta forma, a TCC dá uma grande ênfase aos pensamentos do cliente e à forma como este objetivo é ajuda-lo a aprender novas estratégias para atuar no ambiente de formar a promover mudanças necessárias. Na Fibromialgia, a TCC poderia auxiliar o paciente a entender e interpretar melhor suas atitudes frente à dor e demais sintomas da Fibromialgia para enfrenta-los de forma mais eficaz. Em Fibromialgia, os resultados são conflitantes, com trabalhos demonstrando resultados variáveis com melhora na dor, depressão e capacidade funcional em curto prazo; outros somente se associados à fisioterapia, mas não mantém os efeitos após um ano.
Os anti-inflamatórios e os analgésicos simples são excelentes medicamentos para tratar as dores associadas a dano tecidual. Como exemplo, citamos a dor causada por uma contusão muscular. Nesta situação temos um dano no tecido muscular que origina a dor e o anti-inflamatório atuará para trata-la e sanar a inflamação muscular. Na Fibromialgia não sabemos ainda a causa exata da dor. Não identificamos nenhum dano tecidual. O que ocorre é que nos pacientes com Fibromialgia há uma sensibilidade maior à dor comparada a pessoas sem Fibromialgia. Isso acontece porque o cérebro das pessoas com Fibromialgia interpreta exageradamente os estímulos nervosos. Os analgésicos e anti-inflamatórios não são eficazes na Fibromialgia, pois não conseguem regular o cérebro para diminuir a sensação exagerada de dor que é sentida pelos pacientes.
Como temos citado aqui, na Fibromialgia há toda uma falha de regulação da dor por parte do cérebro. Isto ocorre em parte por alterações dos níveis de neurotransmissores no cérebro. Os neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios, as células nervosas. Estas células enviam informações a outras células por meio de neurotransmissores. Existem neurotransmissores que agem diminuindo a dor e outros que a intensificam. Os antidepressivos e neuromoduladores atuam aumentando a quantidade de neurotransmissores que diminuem a dor, sendo por isso eficazes e utilizados no tratamento da Fibromialgia.
Fonte: Fibromialgia - Cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Osteoporose é uma doença que pode atingir todos os ossos do corpo, fazendo com que fiquem fracos e com possibilidade de quebrarem aos mínimos esforços.
Os principais tipos de Osteoporose são:
• Osteoporose pós-menopausa: atinge mulheres após a menopausa. Fratura de coluna pode ocorrer.
• Osteoporose senil: atinge pessoas com mais de 70 anos. Tanto a fratura de coluna quanto a de quadril podem ocorrer.
• Osteoporose secundária: atinge pessoas com doença renal hepática, endócrina, hematológica ou que usa, alguns medicamentos, por exemplo, corticoides.
Há um conjunto de fatores que influenciam e favorecem o desenvolvimento da Osteoporose.
• Menopausa: com a interrupção da menstruação, ocorre diminuição dos níveis de estrógeno (hormônio feminino), que é fundamental para manter a massa óssea.
• Envelhecimento: a perda de massa óssea aumenta com a idade.
• Hereditariedade: a Osteoporose é mais frequente em pessoas com antecedentes familiares da doença.
• Dieta pobre de cálcio: o cálcio é fundamental na formação óssea. Sua obtenção a partir da alimentação é imprescindível para prevenir a Osteoporose.
• Excesso de fumo e álcool: tem-se observado maior incidência de Osteoporose entre as pessoas que consomem álcool e fumo em excesso.
• Imobilização prolongada: o exercício físico constitui um importante estímulo para a formação e o fortalecimento dos ossos. Grandes períodos de imobilização e a falta de exercícios podem levar à Osteoporose.
• Medicamentos: alguns medicamentos, como os corticoides, em tratamentos de longa duração, favorecem a redução da massa óssea.
A resposta é afirmativa para pessoas que se enquadram nestas circunstâncias:
• Pessoas com mais de 60 anos
• Mulheres pós-menopausa
• Com antecedentes familiares
• Dieta pobre em cálcio
• Fumantes e consumidores de álcool
• Pessoas sedentárias
• Em tratamento prolongado com corticoides
A Osteoporose pode não provocar sintomas. A dor pode acontecer em consequência de fratura, que pode ocorrer espontaneamente, principalmente em coluna, quadril e punho. O osso fica tão que pode haver achatamento da vértebra. Pode ocorrer encurvamento da coluna (“corcunda”) e diminuição da altura.
O exame mais adequado para o diagnóstico da Osteoporose é a densitometria óssea, que permite avaliar o estágio da doença e serve como método de acompanhamento do tratamento. É um exame indolor que mede a massa óssea na coluna e no fêmur.
O valor < - 2,5 DP no seu exame de densitometria faz diagnóstico de Osteoporose.
Se você tiver tido uma fratura por qualquer queda, também tem o diagnóstico de Osteoporose.
Sim. A prevenção engloba uma série de medidas:
• Exercícios suaves: desde caminhadas até a realização de um programa de exercícios estabelecido pelo médico ou pelo fisioterapeuta. Ex.: alongamento, exercícios para melhorar o equilíbrio e para fortalecimento dos músculos.
• Nutrição adequada: dieta rica em cálcio. Ex.: leite e derivados.
• Evitar quedas
• Parar de fumar
• Evitar excesso de álcool
• Também não se deve abusar do café e da dieta com muito sal.
• Suplementação com cálcio
• Tratamento medicamentoso (deve ser indicado e prescrito pelo médico)
• Vitamina D
• Bisfosfonatos: Alendronato, Risedronato, Ibandronato, ácido Zoledrônico
• Renelato de Estrôncio
• Reloxifeno
• Calcitonina
• Teriparatida (PTH 1-34)
1. Pescoço: Incline a cabeça em direção ao ombro para o lado direito e esquerdo, para cima e para baixo.
2. Tríceps: Coloque a mão atrás da cabeça e com a mão contralateral puxe o cotovelo para baixo.
3. Músculo peitoral: Cruze as mão atrás da cabeça e empurre os cotovelos para trás, abrindo o peito (estimule a respiração profunda).
4. Músculos paravertebrais e glúteos: Aperte com as mãos os joelhos e, ao mesmo tempo, force as coxas e os joelhos em direção ao tórax. Conte até dez, devagar, e depois solte. Certifique-se de que os ombros e o pescoço estão relaxados.
5. Panturrilha: Empurre a parede (alterne os pés). Coloque as mãos contra a parede com uma perna atrás da outra. Mantenha a perna que está reta e os dedos olhando na direção da parede. Incline o corpo para frente, devagar, dobrando a perna que está à frente. Você deve sentir alongar a panturrilha, sem tirar o calcanhar do chão. Segure nesta posição contando até dez devagar.
6. Ísquios tibiais (musculatura posterior da coxa): Com as pernas apoiadas na parede force os dedos dos pés na direção do seu corpo. Conte até dez, devagar, e descanse.
7. Músculo quadríceps: Apóie uma mão na parede, dobre o joelho para trás elevando o pé e puxe-o com a mão em direção ao glúteo.
1. Fique em um é só: Inicialmente com apoio (gradualmente aumente o tempo e retire as mãos do apoio)
2. Ande com um pé na frente do outro
3. Ande apoiando-se no calcanhar
4. Ande levantando a perna
5. Ande de lado
6. Ande levantando uma perna e o braço contralateral ao mesmo tempo
7. Caminhada: A caminhada é essencial quatro vezes por semana durante 40 minutos.Durante a caminhada, endireite o seu corpo e ande o mais ereto possível, com o queixo para dentro e a cabeça bem levantada. A caminhada revela-se altamente efetiva no controle da postura; uma simples caminhada é a arma mais poderosa no combate ao desequilíbrio.
1. Músculo abdominais: Respire pelo nariz, solte o ar pela boca; coloque as mãos na barriga, respire jogando o ar para a barriga (encha a barriga) e depois, fazendo bico, solte o ar, devagar, até acabar o ar dos pulmões e sentir a barriga endurecer.
2.Membros superiores: Os exercícios são: Levantar os braços lateralmente até o nível dos ombros. Realizar movimentos em círculos com os braços, imitando boxe; rodar os ombros e estende-los; rodar os braços e os punhos (progredindo-se acrescentar pesos). Pés afastados (bater palma na frente e para cima).
3. Musculatura extensora da coluna: (a) Sem se apoiar no encosto da cadeira, dobre os cotovelos e tente juntá-los atrás das costas. Conte até dez e relaxe.
(b) Deite de bruços, com uma almofada debaixo do tórax e abdômen, com os braços estendidos por trás das costas e com as pernas esticadas, apoiando os dedos dos pés no chão.
4. Abdutores (quadril): Deite-se de lado. Force os dedos na direção do seu corpo, esticando o joelho. Levante a perna e conte até dez. Apoie a perna novamente, mantendo-a esticada.
5. Glúteos: Deite-se de barriga para baixo, esticando o joelho. Levante a perna, conte até dez e relaxe.
6. Quadríceps (coxa): Sentado em uma cadeira, apoiando os braços, levante o dedão do pé e o tornozelo; estique o joelho conte até dez, descanse, e repita na outra perna (progredindo, acrescente peso gradualmente).
Evite movimentos de flexão e torção da coluna. Esportes como tênis e golfe são contraindicados.
1. Lavar louça ou roupa: Apoie o pé dentro do gabinete da cozinha, retificando a coluna. Use um avental e encoste bem o corpo no tanque ou na pia .
2. Passar roupa: Apoie um dos pés em uma lista telefônica, banquinho ou tijolo e passe de lado.
3. Aumente o cabo da vassoura (evitando dobrar a coluna)
4. Distribuir o peso em duas sacolas: Não carregue coisas pesadas. Use o carrinho para transportar objetos pesados.
5. Sapatos: Usar sapatos com bico quadrado e saldo de 1 cm a 2 cm ao invés de saltos ou sapatos com bico fino.
6. Para vestir-se ou calçar-se: Para vestir a calça, meia ou calçar sapatos, permaneça sentado. Para amarrar os sapatos, traga o pé de encontro ao corpo e nunca a coluna em direção ao pé. Para amarrar os sapatos, cortar as unhas ou secar os pés, sente-se em uma cadeira e coloque um dos pés sobre um apoio ou caixa, mantendo o alinhamento adequado das costas.
7. Tossir ou espirrar: Desenvolva o hábito de sustentar as costas. Isto protege a coluna e os discos intervertebrais das lesões causadas por movimentos repentinos.
8. Pegar objetos do chão: Ao levantar um objeto do chão, não dobre as costas, dobre os joelhos. Procure apoiar um dos joelhos no chão. Mantenha-se nessa posição pelo menor tempo possível; levante o objeto bem junto ao corpo, próximo da cintura, e não carregue coisas muito pesadas.
9. Deitar-se:
a) O colchão deve ser firme, de boa qualidade e confortável. Ao deitar-se de lado, o travesseiro deve ter a altura do ombro.
b) Ao dormir, deite-se de lado, com um travesseiro entre as pernas (para distribuir o peso melhor sobre a coluna). Deite com os joelhos esticados e nunca coloque o travesseiro abaixo dos joelhos.
c) c) Para levantar da cama, primeiro fique de lado, tire as pernas para fora do colchão e erga o corpo usando o cotovelo e a mão como apoios na cama. Quando já estiver sentado, vá para a beirada da cama e, somente quando estiver com os pés apoiados no chão e não sentir tontura, levante-se com cuidado. Faça o mesmo para deitar: apoie o cotovelo, as mãos e deite primeiro de lado.
• Não deixe fios de telefone e televisão expostos ou soltos no chão.
• Não deixe objetos espalhados pelo chão.
• Não deixe tapetes soltos.
• Evite calçados de saltos e com solado liso; use sapatos confortáveis com solado antiderrapante.
• Não encere o assoalho, pois isto torna o chão escorregadio.
• Não ande em locais pouco iluminados e com chão molhado.
• Utilize corrimão dos dois lados; não coloque tapetes nas escadas.
• Não coloque objetos em prateleiras altas.
• Coloque banco de plástico dentro do boxe para, sentado, lavar os pés e use ducha móvel. Coloque barras de segurança no banheiro. Se possível tenha piso antiderrapante na cozinha e no banheiro.
• Quando acordar à noite, espere alguns minutos antes de levantar para ir ao banheiro ou tomar água, principalmente se estiver usando remédio que provoque tontura.
• À noite, tenha sempre uma lanterna no criado-mudo.
• Uma boa visão é fundamental para o bom equilíbrio, portanto, visite com frequência seu oftalmologista.
Existe um nutriente imprescindível na prevenção da Osteoporose, que é o cálcio. Com o passar da idade, ocorre diminuição na absorção de cálcio e aumento de sua eliminação. A ingestão inadequada pode resultar em redução da massa óssea, principalmente após os 50 anos, em ambos os sexos, progredindo mais rapidamente nas mulheres.
Sendo assim, é importante uma adequada oferta de cálcio proveniente da alimentação desde a infância, quando ocorre a formação dos hábitos alimentares, até a fase adulta.
A recomendação de cálcio é de 1.200 mg/dia para adultos e de 1.500 mg/dia para mulheres no período pós-menopausa.
Evite alimentos como café, chás escuros, bebidas alcoólicas e dietas com quantidade excessiva de fibras, pois estas diminuem o aproveitamento do cálcio, quando consumidas de forma exagerada. Existem também alguns alimentos que são inibidores do cálcio, como:
• Gorduras da dieta: formam sabões insolúveis com o cálcio da dieta, aumentando sua eliminação pelas fezes e diminuindo o seu aproveitamento;
• Ácido oxálico: presente em vegetais (beterraba, semente de tomate, aspargo) e no cacau, chocolate, gérmen de trigo, nas nozes e no feijão, forma complexos com cálcio, sendo eliminados pelas fezes;
• Refrigerantes do tipo cola possuem o ácido fosfórico que prejudica a formação óssea;
• Dieta rica em sal – aumenta a excreção de cálcio pela urina.
Fonte: Osteoporose - Cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
A espondilite anquilosante é um tipo de inflamação que afeta os tecidos conjuntivos, caracterizando-se pela inflamação das articulações da coluna e das grandes articulações, como quadris, ombros e outras regiões. Embora não exista cura para a doença, o tratamento precoce e adequado consegue tratar os sintomas – inflamação e dor -, estacionar a progressão da doença, manter a mobilidade das articulações acometidas e manter uma postura ereta.
A causa é desconhecida. Os especialistas sabem, que a doença é cerca de 300 vezes mais frequente em pessoas que herdam um determinado grupo sanguíneo dos glóbulos brancos, quando comparadas com aquelas que não possuem esse marcador genético, denominado HLA-B27. Cerca de 90% dos pacientes brancos com espondilite anquilosante são HLA-B7 positivos. A teoria mais aceita é a de que a doença possa ser desencadeada por uma infecção intestinal naquelas pessoas geneticamente predispostas a desenvolvê-las, ou seja, portadoras do HLA-B27. A espondilite anquilosante não é transmitida por contágio ou por transfusão sanguínea.
A espondilite anquilosante tende a ocorrer em famílias, afeta três vezes mais os homens do que as mulheres e surge normalmente entre os 20 e 40 anos. Cerca de 20% dos indivíduos com HLA-B27 terão espondilite anquilosante, embora a doença, pois ela se apresentará de forma branda; Como HLA-B27 está presente em 7% a 10% da população, pouco mais de um em cem indivíduos apresentará a doença
Os riscos de os filhos de pacientes com espondilite anquilosante apresentarem a doença são muitos reduzidos, não mais de 15%, comparados às chances de 85% de gerar crianças saudáveis normais. Mesmo entre os 15% que sofram da doença, provavelmente apenas um apresentará uma condição severa o suficiente para interferir em sua vida normal.
Pais com Espondilite Anquilosante às vezes perguntam se seus filhos devem fazer exames para verificar se possuem o HLA-B27. No momento, a resposta é que isso não deve ser feito, pois não há como saber qual criança com esse grupo sanguíneo apresentará a doença. Se algum dia for possível prevenir a doença, então será importante descobrir quais crianças possuem o grupo GLA-B27, para que possam ser protegidas.
Dores na coluna que surgem de modo lento ou insidioso durante algumas semanas, associadas à rigidez matinal da coluna, que diminui de intensidade durante o dia. A dor persiste por mais de três meses, melhora com exercício e piora com repouso. No início, a espondilite anquilosante costuma causar dor nas nádegas, possivelmente se espalhando pela parte de trás das coxas e pela parte inferior da coluna. Um lado é geralmente mais doloroso do que o outro. Essa dor tem origem nas articulações sacroilíacas (entre o sacro e a pélvis). Alguns pacientes sentem-se globalmente doentes –sentem-se cansados, perdem apetite e peso e podem ter anemia. A inflamação das articulações entre as costelas e a coluna vertebral pode causar dor no peito, que piora com a respiração profunda. Os indivíduos que apresentam limitação significativa da expansibilidade do tórax não devem de forma alguma fumar, pois seus pulmões, que já não expandem normalmente, estariam ainda mais susceptíveis a infecções.
Articulações da coluna vertebral: inflamação das articulações da coluna que causa dores e rigidez matinal. A doença começa nas juntas entre o sacro e a pélvis, denominadas juntas sacroilíacas.
Outras articulações: inflamação das articulações dos quadris, ombros, joelhos e tornozelos são as partes afetadas com maior frequência. O efeito nessas juntas é similar àquela na coluna. Pode haver um período de dor na junta, talvez até com a ocorrência de algum inchaço, porém o tratamento alivia os sintomas.
Ossos: algumas vezes, ocorrem locais sensíveis ou dolorosos em ossos que não fazem parte da coluna, como o osso do calcanhar, tornando-se desconfortável ficar em pé em chão duro, e o osso ísquio da bacia, tornando as cadeiras duras muito desagradáveis.
Olhos: uveíte ou irite – inflamação da região colorida do olho (íris) ocorre em um a cada sete pacientes. Os pacientes apresentam olhos avermelhados e doloridos, o que deve ser reportado ao médico o mais rapidamente possível, pois pode ocorrer um dano permanente. Se não houve um médico à disposição, deve-se ir diretamente para um hospital que possua um pronto-socorro ou um departamento de oftalmologia.
Coração, pulmão e sistema nervoso central: são complicações raras, afetando menos de um entre cem pacientes. A inflamação pode afetar as válvulas do coração, as articulações ou os discos entre as vértebras, podendo assim comprimir um nervo ou a medula óssea, causando dormências, fraqueza muscular ou dores. O pulmão raramente é diretamente afetado por uma fibrosa na sua parte superior. O pulmão pode ser indiretamente comprometido pela diminuição da expansibilidade da caixa torácica causada pela espondilite anquilosante. Portanto, o paciente espondilítico nunca deverá fumar.
Pele: psoríase, uma condição inflamatória comum da pele, caracterizada por episódios frequentes de vermelhidão, coceira e presença de escamas prateadas, secas e espessas, pode estar associada à espondilite anquilosante em alguns pacientes.
Intestino: a colite, ou inflamação do intestino, pode estar associada à espondilite anquilosante em alguns pacientes.
O diagnóstico da doença é baseado no conjunto de sintomas (dor nas nádegas e dor nas costas) e nos exames de imagem (raios-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética) da bacia, da coluna e das juntas afetadas. O médico faz um histórico e examina as costas (procurando por espasmos musculares, com atenção para a postura e mobilidade) e examinará as outras partes do corpo, procurando pelas evidências da espondilite anquilosante. O diagnóstico da espondilite anquilosante é confirmado pelos exames de imagem acima citados. As alterações características estão nas juntas sacroilíacas, mas podem levar alguns anos para desenvolver-se, podendo não ser notadas na primeira consulta. O médico, provavelmente, o avaliará com relação à anemia e aos testes da velocidade de sedimentação das hemácias (VHS) e proteína C Reativa (PCR), que informam quão ativa a doença está.
Dor na coluna é uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos. Embora a grande maioria dos pacientes com dor na coluna não tenha espondilite anquilosante, o médico deve reconhecer as diferentes causas em e cada paciente. As causas mais frequentes de dor na coluna são distensões ou entorses, que podem ocorrer em qualquer idade. Uma hérnia de disco é outro exemplo de causa de dor na coluna. Em pacientes idosos, problemas degenerativos como a Osteoartrite, comumente afetam a coluna.
Quando você procura um médico por dor na coluna, ele deve reconhecer se você tem artrite inflamatória e que se trata da espondilite anquilosante, ou se é uma das frequentes causas mecânicas. O tratamento é diferente. O diagnóstico é feito ao ouvir seus sintomas e examiná-lo. O médico pode solicitar alguns exames de sangue e radiografias da sua bacia e coluna.
Muitos pacientes têm comentado que sua espondilite anquilosante só foi diagnosticada vários meses ou anos após o inicio dos seus primeiros sintomas. Não há nenhum teste diagnóstico que o médico possa solicitar no inicio da dor na coluna, porém os sintomas do paciente, que são diferentes das dores de coluna comuns, devem alertar o médico para o diagnóstico da espondilite anquilosante.
A presença ou positividade do grupo sanguíneo HLA-B27 certamente não fará o diagnóstico, embora possa ajudar em determinados pacientes, visto que cerca de 90% dos pacientes com espondilite anquilosante são HLA-B27 positivos. Embora seja no momento um exame caro e de difícil aceso, pode ser útil em determinadas situações de dúvida, ao alertar o médico para a possibilidade de o seu paciente ser portador de espondilite anquilosante.
Atualmente se considera que os exames de imagem (radiografia, mapeamento, tomografia e ressonância magnética), são aqueles que poderiam mais precocemente, detectar a inflamação das articulações sacroilíacas, que normalmente ocorre na fase inicial da espondilite anquilosante.
A espondilite anquilosante toma diferentes rumos em pessoas diferentes, sendo que dois casos nunca são exatamente iguais. Com o passar do tempo, após a fase ativa em que as juntas estão inflamadas, a doença torna-se bem menos ativa ou mesmo totalmente inativa. Os sintomas podem surgir e desaparecer durante longos períodos.
Os ossos das vertebras da coluna crescem, formando pontes entre as vértebras, às vezes envolvendo completamente as juntas, impedindo assim que ela se mova, causando a rigidez denominada anquilose. A coluna lombar geralmente se torna rígida, bem como a região posterior superior do pescoço. É por esta razão que é muito importante que se mantenha uma boa postura.
Algumas pessoas podem ter apenas uma série de leves dores e desconfortos, durante vários meses. Isso parece ser mais comum nas mulheres com espondilite anquilosante. Nesse estágio, a doença pode tanto desaparecer, como pode prosseguir causando rigidez na coluna dorsal ou mesmo no pescoço.
A experiência indica que pacientes com espondilite anquilosante são capazes de executar muitos tipo de trabalho, sejam intelectuais, semiqualificados ou braçais, embora os trabalhos intelectuais sejam os de maior adaptação. Existem exemplos de pacientes executando funções fisicamente estressantes, incluindo-se carpinteiros e operários de construção.
Um emprego que exija que o paciente alterne entre sentar-se, andar e permanecer em pé é ideal. O trabalho mais inadequado é aquele em que ele precisa se encurvar ou agachar sob uma bancada por horas seguidas. Há pacientes com sucesso em carreiras profissionais de destaque. Com exceção de alguns casos especiais, a espondilite anquilosante não deve trazer dificuldades na obtenção de seguros de vida ou financiamentos para aquisições de imóveis.
Geralmente, a espondilite anquilosante não interfere na atividade sexual, a não ser que o quadril seja afetado, caso em que a moderna operação denominada artroplastia do quadril, se faz consideravelmente útil na liberação dos movimentos.
A gravidez em mulheres com espondilite anquilosante não traz danos para a mãe ou bebê, mas, diferentemente de outras formas de reumatismo, a espondilite anquilosante não melhora durante este período. Os bebês geralmente nascem da forma normal, mas, eventualmente, é necessária uma cesariana caso as juntas do quadril tornem-se muito rígidas.
Não há cura para a espondilite anquilosante e, embora a doença tenda a ser menos ativa conforme a idade avança, o paciente deve estar consciente de que o tratamento deve durar para sempre. O tratamento objetiva o alívio dos sintomas e a melhora da mobilidade da coluna onde estiver diminuída, permitindo ao paciente ter uma vida social e profissional normal. O tratamento engloba uso de medicamentos, fisioterapia, correção postural e exercícios, que devem ser adaptados a cada paciente.
Utilizam-se analgésicos para aliviar a dor. Existem várias substâncias capazes de reduzir ou eliminar a dor, que permitem ao paciente uma boa noite de sono e seguir um programa de exercícios. Alguns dos medicamentos mais novos são criados para serem efetivos durante a noite e durante a primeira parte do dia. Os remédios podem ser sintomáticos como os analgésicos e os relaxantes musculares, ou então modificadores da evolução da doença, como a sulfasalazina e o metotrexato. Como existem estudos indicando que o uso contínuo de anti-inflamatórios não-hormonais pode reduzir a progressão radiológica da espondilite anquilosante, estes medicamentos também são considerados modificadores de doença.
Passada a fase aguda da doença, a maioria dos pacientes não necessita de remédios, uma vez que façam parte de um programa regular de exercícios. Os remédios são necessários esporadicamente, apenas quando os sintomas reaparecem apesar da terapia de exercícios. Para outros pacientes, pode ser necessário um tratamento contínuo com doses reduzidas (manutenção) de medicamentos.
Terapias biológicas representam um significativo avanço no tratamento dos portadores de espondilite anquilosante, que não responderam ao tratamento convencional. A terapia biológica consiste em injeções subcutâneas ou intravenosas de medicações que combatem a dor, inflamação e as alterações da imunidade nas doenças acima mencionadas.
Consiste de medicações à base de anticorpos monoclonais, proteínas de fusão celular, anti-interleucinas e bloqueadores da coestimulação do linfócito T, que se comportam como verdadeiros mísseis teleguiados que inativam, com precisão e segurança, determinados alvos constituídos por células, citocina e mediadores imunes presentes de forma anormal na circulação dos portadores de espondilite anquilosante.
A) Existem outras alternativas para aliviar a dor?
O paciente pode utilizar o calor que, em todas as suas variadas formas, ajudará no alívio da dor e rigidez. Um banho quente após o descanso, uma bolsa de água quente ou um cobertor elétrico podem ser suficientes. Não é necessário utilizar lâmpadas especiais.
B) A acupuntura pode ser utilizada no tratamento?
Embora até o momento não haja provas de que a acupuntura seja afetiva no tratamento da doença, existem evidências de que essa terapia, desde que realizada por profissional habilitado, apresenta bons resultados no alívio da dor crônica.
Não se engane submetendo-se a tratamentos dispendiosos que não tenham sido comprovados cientificamente. Para pacientes com pescoço rígido, a manipulação pode ser perigosa.
C) Como a cirurgia pode auxiliar no tratamento?
É utilizada com maior frequência para restaurar os movimentos de juntas do quadril danificadas (artroplastia) e, raramente, para posicionar corretamente as costas ou o pescoço daqueles que se tornaram tão afetados pela doença a ponto de não conseguirem olhar para frente, tendo dificuldades até para atravessar uma rua.
D) Qual é a importância dos exercícios?
O propósito dos exercícios é conscientizá-lo de sua postura, especialmente com relação às suas costas, e encorajar o movimento livre de algumas juntas, particularmente ombros e quadris. É importante fortalecer os músculos, pois o movimento reduzido, mesmo por um curto período de tempo, enfraquece-os, podendo levar muito tempo para reconstruí-los.
E) Quais são os objetivos da fisioterapia?
Provavelmente, em algum momento, o paciente receberá tratamento de algum fisioterapeuta. Ele deve aprender uma rotina de exercícios que poderá praticar todos os dias. Os exercícios são indicados com base nas necessidades individuais de cada um. O paciente deve ir a um departamento de fisioterapia durante uma ou duas sessões para aprender os exercícios. Contudo, o fisioterapeuta não fará seu tratamento sem receita ou carta de um médico, que deve ser consultado em primeiro lugar.
F) Como o paciente deve agir durante o tratamento?
Como parte do tratamento da espondilite anquilosante, é importante que ele cuide de sua saúde e postura. Isso inclui evitar o excesso de peso e de cansaço por longos períodos de trabalho ou por excesso de compromissos.
O lema para o tratamento, o qual cada paciente deveria aprender e obedecer, é: É FUNÇÃO DO MÉDICO ALIVIAR A DOR E É FUNÇÃO DO PACIENTE PRATICAR EXERCICIOS E MANTER BOA POSTURA.
Os princípios de tratamento são:
• Tomar cuidado com a saúde geral e prestar atenção à dieta;
• Insistir nos exercícios que visem à manutenção da postura e mobilidade das juntas afetadas pela doença. A postura, portanto, é extremamente importante quando estiver no trabalho, se divertindo ou dormindo;
• Consultar o médico se necessitar de alívio para a dor ou controle medicamentoso para a fase aguda da doença;
• Não temer os medicamentos para controlar a dor. Uma vez controlada, é possível aplicar um programa regular de exercícios, os quais controlarão, por si só, a dor, fazendo com que os remédios se tornem menos necessários;
• Cooperar com o médico, fazendo avaliações periódicas de sua saúde geral.
G) Quais são os cuidados que o paciente deve ter com a coluna?
• Deitar-se de bruços em uma superfície firme por cerca de 20 minutos a cada manhã ou começo de noite.
• Repetir os exercícios de respiração profunda em intervalos frequentes durante o dia.
• Tomar cuidado com sua postura – corrigindo-a constantemente, não somente durante os exercícios, mas também enquanto sentado, em pé ou andando.
• Fazer alguns dos exercícios todos os dias.
H) Como deve ser o repouso?
Se a espondilite anquilosante estiver muito ativa e a rigidez bastante problemática, podem ser necessários um descanso temporário do trabalho ou uma estadia em um hospital. Isso não significa permanecer imóvel, pois isto poderia acelerar a rigidez da coluna. Devem-se praticar exercícios para as costas, tórax e membros, para mantê-los maleáveis.
I) A cama e o colchão do paciente devem ser adaptados?
O colchão deve ser firme e sem depressões. Se estiver deformado, o paciente pode utilizar uma tábua adequada entre o colchão e o estrado da cama. Uma folha de compensado de 70 x 150 x 1cm é o ideal. É mais confortável deitar-se dessa forma do que em uma cama muito flexível. Posteriormente, quando a fase ativa dolorosa da espondilite anquilosante tiver passado, é importante manter a cama rígida, evitando qualquer tendência de curvatura da coluna. Se o paciente estiver viajando
ou em um hotel, pode colocar o colchão no chão e dormir sobre ele.
J) Quais são os cuidados com a postura ao sentar?
Como a espondilite anquilosante, quando não tratada, causa flexão contínua ou fixa da coluna (o paciente torna-se cada vez mais imóvel), deve-se permanecer o mais ereto possível. É muito improvável que a coluna se enrijeça totalmente, mas, caso aconteça, o paciente deve fazer o possível para que permaneça reta. Muitos pacientes acham que cadeiras altas com assento firme e encosto reto, embora menos confortável, são melhores para a postura da coluna. O assento da cadeira não deve ser muito longo, entre o encosto e a ponta, pois a pessoa terá dificuldades em posicionar a coluna lombar
na base do fundo da cadeira. O paciente não deve permanecer muito tempo sentado em cadeiras baixas e macias, pois isso resulta em má postura e dor excessiva.
K) Coletes e cintas podem ajudar a manter a postura ereta?
Eles não tem, em geral, nenhum valor, podendo até piorar a espondilite anquilosante. É melhor desenvolver seus próprios músculos e permanecer em postura ereta por meios naturais. Ocasionalmente, algum tipo de cinta pode ser necessário, por exemplo, após uma lesão nas costas. Porém, essa decisão deve ser tomada por um médico experiente no tratamento da doença.
L) O que o paciente pode fazer no trabalho para prevenir a coluna “torta”?
• Postura: prestar atenção especial à posição das costas quando estiver trabalhando, de modo que não precise se encurvar. Se sentar em uma cadeira ou banco, certificar-se que o assento esteja na altura apropriada e não permaneça na mesma posição por muito tempo, sem mover suas costas.
• Diminuir atividades: se ele tiver um trabalho pesado ou estafante, não deve se engajar em outras atividades em casa ou em outro lugar até que tenha descansado e, se necessário, deitado por algum tempo.
• Repouso: também pode ser de grande auxílio, deitar-se por 20 minutos ao meio-dia e, dentro desse intervalo, permanecer alguns minutos deitado de bruços.
• Procurar ajuda: se o trabalho é totalmente inadequado, envolvendo muita tensão nas costas ou exigindo que se curve, relatar isso a seu médico. Ele é capaz de aconselhá-lo a adaptar-se ao trabalho, envolvendo até mudanças de atividade. Alguns pacientes com espondilite anquilosante obtiveram êxito explicando suas necessidades a seus patrões e médicos.
M) Que cuidados o paciente espondilítico deve ter ao dirigir um automóvel?
Se tiver de dirigir durante muito tempo, é importante parar por cerca de 5 minutos e sair do carro para espreguiçar. A dor e rigidez podem distrair sua atenção, a qual é vital para sua segurança. Muitos pacientes com rigidez do pescoço e de outras partes da coluna têm dificuldades em estacionar em marcha-ré, seja em vagas comuns ou garagens. É possível utilizar ou adaptar espelhos especiais para auxiliar o motorista. É importante que se pratique, utilizando a nova técnica, em uma grande área aberta com alguns obstáculos leves de madeira, os quais funcionariam como marcadores (um pedaço de cabo de vassoura fixado no solo pode ser útil para este propósito).
Apoios para a cabeça são aconselháveis para impedir lesões no pescoço devido à desaceleração repentina. O pescoço enrijecido de um paciente com espondilite anquilosante é lesionado mais facilmente do que um pescoço normal. Um emblema de motorista deficiente pode ser apropriado se o paciente não puder caminhar muito rapidamente, o que é raro em casos de espondilite anquilosante.
N) O paciente pode praticar qualquer tipo de esporte?
Muitos pacientes perguntam quais atividades esportivas são apropriadas para eles. A atividade ideal é a natação, de preferência em piscinas aquecidas, pois utiliza todos os músculos e juntas sem friccioná-los. O nado regular é algo que toda a família pode fazer.
Alguns pacientes jovens gostam de correr em campos, de jogar tênis ou andar a cavalo. Esportes de contato não são indicados, pois as juntas podem ser danificadas. Andar de bicicleta também é uma forma de exercício bastante benéfica, pois mantém as juntas ativas, dando maior força às pernas. Além disso, é um bom exercício de respiração e auxilia na expansibilidade do tórax, por vezes diminuída pela espondilite anquilosante.
Fonte: Espondilite Anquilosante - Cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
A palavra psora, do grego, significa prurido, coceira, sintoma frequente em acidentes que possuem doença cutânea. A psoríase caracteriza-se pelo aparecimento de lesões avermelhadas, escamosas, que acometem principalmente joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Entretanto, estas lesões podem surgir em qualquer parte do corpo. A primeira descrição de psoríase foi feita no final do século 18, mas acredita-se que Galeno (129-200 d.C.), médico e filósofo romano, já o havia feito anteriormente. Enquanto a psoríase é uma doença de pele que afeta 2% da população no mundo todo, a artrite psoriásica (que une manifestações cutâneas e articulares) ocorre em cerca de 10% dos pacientes com psoríase. A artrite psoriásica ocorre em igual porcentagem em homens e mulheres, a maioria já na vida adulta. Geralmente o acometimento da pele precede ou acompanha o articular e suas gravidades não estão relacionadas. Raras vezes há manifestações nas juntas antes de haverem na pele. E quase 90% dos pacientes com psoríase nunca desenvolvem doença articular. Exceção importante faz-se aos pacientes psoriásicos que apresentam deformidades nas unhas. Estes têm tendência maior ao desenvolvimento de artrite psoriásica.
A transmissão genética de psoríase já foi descrita há mais de 200 anos. Observe-se que esta doença tem frequência aumentada em algumas famílias. Sua base genética é complexa e o padrão de herança não foi ainda completamente esclarecido.
Alguns dos genes envolvidos são únicos para psoríase, mas são frequentes na população, distribuídos em todo o mundo e em geral têm efeitos pequenos. Na maior parte dos casos, a doença é multifatorial, envolvendo a interação entre vários genes com desencadeantes ambientais (infecções, medicações, estímulos antigênicos, estresse físico e/ou emocional).
A psoríase desenvolve-se em aproximadamente 50% dos irmãos de pessoas com esta doença quando ambos os pais são afetados; em 16% quando somente um pai tem psoríase; e em 8%, quando nenhum dos pais é afetado.
Em relação à artrite psoriásica, o risco de ter a doença entre irmãos em relação ao risco na população geral é superior a 27, valor muito mais alto que o da psoríase, que está entre 4 e 11. A prevalência de psoríase é 19 vezes maior entre parentes de primeiro grau de pacientes com artrite psoriásica em relação à população em geral.
As estatísticas variam de países e de raça, porém acredita-se que entre 5% e 40% das pessoas que têm psoríase podem ter dor e inflamação das articulações.
Assim como na doença da pele, o acometimento articular atinge mais as pessoas da raça branca. Homens e mulheres são afetados igualmente e os países europeus, como Dinamarca, Suécia e Rússia, são os mais atingidos. É doença rara na África e entre os índios.
No Brasil não existe levantamento preciso, mas algumas pesquisas com populações regionais (Estado de São Paulo, por exemplo), constataram a presença em aproximadamente 15% a 20%.
A grande maioria das pessoas que têm artrite psoriásica apresenta a doença de pele antes das dores articulares, porém há alguns poucos casos em que se podem notar queixas de dores nas juntas antes da doença na pele.
Os fatores preditivos mais aceitos, que aumentam o risco de um paciente com psoríase cutânea desenvolver artrite, incluem a presença de lesões em unhas, envolvimento cutâneo mais extenso (quanto à área de pele afetada) e também história familial de artrite psoriásica.
Existem cinco formas de apresentação da artrite psoriásica:
1- Forma oligoarticular (envolvimento de poucas articulações inflamadas) – Atinge menos que cinco juntas, particularmente grandes articulações, como joelhos, tornozelos e unhas, podendo envolver também pequenas articulações das mãos e pés. Esta é a forma de inicio mais comum.
2- Forma poliarticular, ou seja, de muitas juntas inflamadas ao mesmo tempo; assemelha-se a outro tipo de reumatismo, chamado artrite reumatoide. Pode evoluir com deformidades articulares. Envolve mãos, pés, joelhos e tornozelos.
3- Acometimento das articulações distais dos dedos das mãos (as que estão próximas às unhas, que frequentemente também estão acometidas).
4- Forma mutilante, como o nome está dizendo, provoca grandes destruições nas juntas, principalmente mãos e pés.
5- Envolvimento preferencial da coluna - é a forma mais rara, mas provoca dor constante na coluna vertebral, evoluindo com limitações físicas.
O envolvimento dos tecidos que estão em volta das articulações confere a esta doença um caráter especial, pois quando alguma articulação de um dedo, seja das mãos ou dos pés, é acometida junto com uma inflamação das estruturas que envolvem esta articulação, observamos um inchaço geral que chamamos de dactilite, que quer dizer uma inflamação de todo o dedo.
Outros locais, fora das juntas, que também podem se inflamar são os tendões, especificamente aonde eles se fixam aos ossos; chamamos estes locais de enteses, e a inflamação destes locais designamos de entesite. A descrição faz lembrar uma tendinite, mas, na verdade, é um pouco mais extensa que isto, pois envolve também a parte óssea onde o tendão está ancorado. As formas mais comuns de entesite são as do tendão de Aquiles, da fáscia plantar (sola do calcanhar) e dos ossos pélvicos.
Depressões, hemorragias debaixo da unha, espessamento da unha e até mesmo destruição completa da unha (onicólise) são lesões comuns nos pacientes com artrite psoriásica, estando associadas ao acometimento das articulações interfalangeanas distais (pequenas articulações dos dedos próximas às unhas).
O paciente com artrite psoriásica têm maior risco de apresentar hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, obesidade e distúrbios dos lipídios (colesterol e triglicerídeos). Todas estas alterações aumentam o risco de doenças cardíacas e vasculares (infarto e derrame).
O médico dermatologista e o reumatologista são os profissionais treinados adequadamente para a avaliação de pacientes que tenham doença cutânea e articular simultaneamente.
Fonte: Artrite Psoriásica - Cartilha para pacientes. Sociedade Brasileira de Reumatologia.
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